Sonia Rosa, Artista Plástica, Arte, Professora, decoração, Joinville, Santa Catarina

Exposições da Artista Plástica Sonia Rosa de Joinville/SC

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A COR DA MEMÓRIA

Período: 05/03/2015 às 19:30

Local: Espaço Cultural Foyer Juarez Machado - Curadoria Gleber Pienez

Informações:   A COR DA MEMÓRIA

Rumo à invisibilidade, a memória se desdobra em cor

Na fotografia em preto e branco de 1958 vê-se a artista, seu irmão e o avô. A imagem se repete como pintura, 45 anos depois, colorida pelos tons de terra e céu que marcaram a experiência afetiva da criança e a memória visual da mulher que ali se representa. Estes são apenas os primeiros estágios de uma genealogia que mais tarde, em 2013, também traria à luz uma escultura de brinquedos prensados, arranjo de referências infantis moldado pela força do gesto e pelo olhar metódico de SoniaRosa. Fazendo o caminho inverso, nos últimos dois anos a artista tem se dedicado a ocultar esse mesmo bloco, envolvendo-o pacientemente com pontos de crochê à medida que fotografa as porções do trabalho condenadas à invisibilidade pelos fios de algodão.

Na exposição A cor da memória, cada obra ou documento de trabalho rebate as lembranças cromáticas de SoniaRosa e registra sua movimentação entre a fotografia, a escultura, a colagem, o artesanato e a pintura, apresentando imagens que atestam a natureza híbrida desse processo criativo e, à sua maneira, reagem à sentença de apagamento pelo tempo determinada pela artista. Os olhares fotográfico, digital e manual se alternam e se sobrepõem tanto nas obras acabadas – aqui representadas por pinturas cujo caráter figurativo chega às raias da abstração – quanto nos estágios intermediários do trabalho, esboçados no caderno de fotos recortadas e reenquadradas segundo a proposta de traduzir em manchas de cor aquilo que é o próprio objeto tridimensional a caminho de sua desaparição.

Acompanhar SoniaRosa nesse percurso visual contraditório feito simultaneamente de manutenção e extinção, registro e ocultação significa também pontuar os novos protocolos técnicos da arte contemporânea, tensionados entre o gesto e a materialidade tradicionais do artista individual e os procedimentos virtuais, fragmentários e compartilháveis do artista múltiplo.


Gleber Pieniz
Jornalista, crítico de arte,
doutorando em artes visuais


A exposição A COR DA MEMÓRIA é apresentada em oito telas de médio porte, inspiradas na grande escultura de brinquedos feita em 2011 e prensada em 2013. As imagens fotográficas da montagem da escultura foram organizadas, selecionadas e fragmentada dando origem às telas. Todas tem o fundo num tom de sombra natural, cor das fotografias antigas, cor da memória. Sobre este fundo os fragmentos de brinquedos aparecem sem, muitas vezes, poderem ser identificados. Em 2003 uma fotografia de 1958, onde apareço com meu avô e meu irmão, foi pintada em tela somente em sombra natural e um levíssimo azul no céu, cores que absorvem o colorido dos brinquedos que, por sua vez, se escondem entre símbolos geométricos e grafismos.
A escultura foi envolvida em arame, está sendo crochetado com linha de algodão nas cores usadas nas telas, obra em processo.
O quadro pintado em 2003, a fotografia e o caderno com as imagens coladas também farão parte da exposição.
As frases que ficarão sob os quadros foram retiradas do livro A POÉTICA DO DEVANEIO, capítulo Os Devaneios Voltados Para a Infância, de Gaston Bachelard, livro
de cabeceira e que me inspira, do qual já tirei alguns títulos de obras, apropriando-me de algumas expressões.